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8 de novembro de 2010

Bailado
 

Doce encanto, os teus lábios
num sorriso a versejar o amor.
Arrisco-me a dizer que
nem os anjos os possuem
e pego-me desavisado
a buscar em teus trejeitos,
o bailado de mãos suaves
algemadas a liberdade.
Se o silêncio me cala,
reinvento a escala
que me leva ao teu sorriso.
Brejeiro rosto
que apazigua mundos 
e revira o céu.
És linda como o véu 
que encobre e desnuda,
o ventre do céu
em noite de lua cheia
que permeia a madrugada
e sacode a escuridão.
- Sei não! Se verdade
ou jogo de adivinhação.
Que importa, se sim ou não?
Madrugada se alonga,
se espreguiça 
na preguiça 
de teu olhar desarmado;
- Motivo? 
O teu bailado de intenção..
revoadas de sonhos 
soletrando as veredas da emoção,
no aconchego do teu regaço,
mudando os rumos 
de minhas buscas,
o fascínio com cheiro de flor, toque de plumas, 
canção do viver de amor.
Tu és o próprio acontecer, 
- de inexequível prazer.
Ver-te num bailado
de corpo sinuoso
a embebedar-me,
redesenhando as páginas
dos meus sonhos 
nos enigmas do teu bailado,
é um doce acontecer, então...
aconteço!
Edna Fialho

4 comentários:

  1. Doce poesia! Intensa, carregada de sensibilidade. Adoro a maneira como escreves, sutil e carragada de emoção. Sorte e sucesso!
    Ferrati

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  2. Sem comentários...Simplesmente lindo de se reviver palavras tão marcantes e doces. Que dom miguxa!

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  3. Parabéns, querida poetisa Edna. De estilo penetrante e, ao mesmo tempo, profundamente romântico, sua poesia é deliciosa, delicada, bem elaborada, com palavras de uma beleza incomum, que nos dá prazer em lê-la e relê-la. Bjs.

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